A síndrome de dor miofascial tem geralmente como causa os pontos gatilho e as bandas tensas, que não são mais do que duas disfunções musculares que ocorrem na sequência de traumas (crónicos ou agudos), cirurgias, má postura, doença articular e carências nutricionais, entre muitas outras causas.
Ao longo da vida, tanto os seres humanos como os animais são sujeitos a agressões externas que permitem acumular lesões que o corpo aprende a ocultar e a compensar. Com o decorrer dos anos, o efeito cumulativo destas agressões pode fazer com que um trauma menor seja a “gota de água” para iniciar os sinais de dor e de disfunção motora. Na maior parte das vezes torna-se então difícil correlacionar os sinais com um evento concreto, o que confunde e dificulta o seu diagnóstico pela generalidade dos clínicos.
O diagnóstico desta condição exige uma avaliação biomecanica e funcional, assim como uma palpação muscular profunda cuidada. Exames complementares de diagnóstico como seja a ecografia, o Rx ou até TAC e RM não têm valor diagnóstico nesta condição, podendo apenas sugerir possíveis fatores desencadeantes ou perpetuantes (como é o caso da doença osteoraticular degenerativa, por exemplo).
É frequente que, na ausência de evidências imagiológicas de lesão, se atribua os sinais clínicos a um natural envelhecimento do animal o que, infelizmente impede o seu adequado diagnóstico e tratamento.
Se o seu animal alterou súbita ou gradualmente as suas rotinas e atividade diária, apresentando, por exemplo, dificuldade em subir ou descer declives, ou até em saltar para o carro ou sofá; se o seu animal parece mais “dorminhoco”, “preguiçoso”, “ansioso” ou até se torna agressivo quando lhe toca em determinadas regiões do corpo, quando antes não o fazia, poderá estar a manifestar um dos muitos sinais de “síndrome de dor miofascial”
Não fique indiferente, porque a dor miofascial é uma dor severa, persistente e profunda, que afeta grandemente o bem estar e a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.

Médica Veterinária, licenciada e mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade do Porto. Acreditada como Canine Certified Rehabilitation Practioner (CCRP) pela Universidade do Tennessee (EUA); Diploma Certificado em Quiroprática Animal pelo College of Animal Chiropractors (CoAC – EUA) e pela Asociación Internacional de Quiropráctica Veterinaria (AIQV – Espanha). Tem ainda competência em “Western Veterinary Acupuncture and Chronic Pain Management”, acreditada pelo Western Veterinary Acupuncture Group (WVAG- UK) e pela Association of British Veterinary Acupuncturists (ABVA, UK). Membro Honorário da Asociación Española de Veterinários Especialistas en Rehabilitación y Fisiatría (AEVEFI) desde 2015. Atual Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Acupuntura Médico Veterinária (APAMV).
Dirige o Serviço de Diagnóstico e Tratamento da Dor e Reabilitação Física Animal do grupo Veterinário Oliveiras (do qual é sócia fundadora), em regime de referência, com vários Centros Veterinários Clínicos e Hospitalares da região norte e centro do País. Colabora, desde 2011 com a Improve International na elaboração curricular e lecionação de várias formações pós-graduadas no âmbito da Fisioterapia e Reabilitação Física Animal e Quiroprática Animal destinadas a enfermeiros e médicos veterinários, em Portugal e Espanha. Integra ainda o comité de avaliação do European School of Veterinary Post graduated Studies (ESVPS) para a certificação destes profissionais.
Co-autora no capitulo intitulado “Papel de la Fisioterapia y Rehabilitación en el Manejo del Dolor” no livro “Manejo Práctico Del Dolor en Pequeños Animales “, de Miguel Angel Cabezas (2015) e oradora convidada em vários seminários e palestras no âmbito das suas áreas de atuação.